O mundo produziu 59 zettabytes (ou 59 trilhões de gigabytes) de dados em 2020, segundo o levantamento mais recente do IDC. Esse volume é nada menos que dez vezes a quantidade de dados gerada por pessoas, empresas, governos e instituições ao redor do planeta em 2015. Ou seja, em cinco anos, a humanidade decuplicou a produção de dados. Esse avanço, que colocou a humanidade na chamada “Era do Zettabyte” oferece imensas possibilidades de inovação e negócios, mas também apresenta um desafio crucial: transformar esse enorme volume de dados em informações realmente relevantes para as empresas.
Hoje, os dados estão entre os principais ativos das organizações. No entanto, boa parte delas ainda não consegue extrair o valor máximo para seus negócios. Um levantamento da Totvs revelou que apenas 5% das companhias acreditam que utilizam a inteligência de dados com eficiência nos negócios. O estudo mostrou ainda que 33% dos entrevistados concordam que a inteligência de dados é um dos principais desafios, além de segurança (40%) e a LGPD (18%).
O domínio das informações é essencial para estabelecer métricas de desempenho (KPIs) e facilitar a tomada de decisões embasada em dados concretos, em vez de achismos ou hipóteses. Um processo bem estruturado de Business Intelligence (BI) ajuda a mapear riscos, prever padrões e tendências, identificar oportunidades, ampliar a percepção sobre os clientes, avaliar o desempenho diante da concorrência, otimizar a eficiência operacional, entre outras possibilidades. De fato, os dados nos ensinam e nos revelam o que não conseguimos enxergar sozinhos.
Na prática, para implementar soluções de BI com êxito, é fundamental seguir um processo estruturado, começando pela ‘Identificação dos requisitos do negócio’, que consiste na análise e compreensão dos objetivos do negócio. As próximas etapas são de “Definição do melhor modelo de arquitetura” para a demanda do negócio, ‘Integração dos Dados’, ‘Seleção das ferramentas de BI’ – por exemplo, MicroStrategy, Microsoft Power BI, Tableau, QlikView, SAS BI e Oracle BI, cada uma com seu nível de capacidade e especialização – e ‘Desenvolvimento de painéis e relatórios’, na qual se extraem os insights valiosos para a organização.
Durante a implementação, uma fase indispensável para que uma solução de BI seja bem-sucedida, é a etapa de ‘Treinamento e adoção’, que capacita os usuários finais para uso e interpretação dos dados. O olhar humano analítico é fundamental e complementar para o sucesso da estratégia. Por fim, mas muito importante, a etapa de ‘Melhoria contínua do processo’ – o BI é um processo contínuo de atualização e melhoramento, uma vez que deve acompanhar as mudanças e evolução da empresa.
De modo geral, o universo das inovações tecnológicas tem experimentado uma expansão sem precedentes para atender a este crescimento exponencial de informação ao longo dos anos – BI, Data Mining, Bigdata, Data Lake, IA, Ambiente Cloud. E a Inteligência Artificial tem cada vez mais conteúdo para trabalhar a informação e gerar resultados por meio de ferramentas de IA generativas como: Chat GPT, Google Bard, Copilot e outras que estão chegando ao mercado. Essa evolução abre novas perspectivas e oportunidades e permite que as empresas explorem de maneira mais eficaz o vasto volume de dados disponíveis para impulsionar suas atividades e tomadas de decisão.
Em suma, esse grande volume de informações oferece inúmeras possibilidades para as empresas que souberem explorar estrategicamente seu potencial por meio da inteligência de dados. Essa tática valiosa torna-se um diferencial competitivo crucial para que as companhias enfrentem os desafios do mercado atual e prosperem em um cenário de constante evolução tecnológica e forte concorrência.
*Por Rita Santos, gerente de Projetos na SIS Innov & Tech.
