As três gigantes da tecnologia enfrentaram um ataque cibernético massivo, que durou cerca de dois meses e foi 7,5 vezes maior que qualquer ataque anterior. Google, Amazon Web Services (a divisão de computação em nuvem da Amazon) e Microsoft, juntamente com a empresa de segurança de dados Cloudfare, confirmaram o incidente. A crescente exposição ao risco em sistemas de grandes corporações destaca a necessidade de consultorias especializadas em parceria com seguradoras para proteger informações e a reputação das empresas.
No Brasil, a ameaça crescente de ataques cibernéticos tem impulsionado a procura por seguros. De acordo com dados da Susep (Superintendência de Seguros Privados), os seguros contra riscos cibernéticos arrecadaram R$ 98,12 milhões no primeiro semestre deste ano, registrando um crescimento de 27,2% em comparação a 2022. Além disso, os valores arrecadados nos primeiros seis meses de 2023 superam em onze vezes o total do mesmo período de 2019, refletindo a crescente conscientização sobre a importância da proteção contra ameaças cibernéticas.
Para Eduardo Ramirez, Head de Seguros e Benefícios da WIT Insurance, as principais preocupações das empresas em relação a esses ataques são sequestros de senhas e vazamento de informações. Isso levou a uma duplicação na procura por esse serviço na WIT Insurance no último ano, impulsionada por clientes que buscam se proteger contra esses riscos. A Lei Geral de Proteção de Dados também está associada a essa preocupação, uma vez que os clientes esperam que suas informações estejam seguras quando as compartilham com uma empresa.
O seguro cibernético visa a proteger o patrimônio e as operações das empresas em ambientes digitais, já que um ataque pode comprometer o funcionamento e a reputação da empresa. Eduardo Ramirez destaca que o seguro não protege apenas contra riscos financeiros, mas também contra danos à reputação, uma vez que nenhum cliente deseja ter suas informações expostas. Contratar um seguro é mais vantajoso do que perder a confiança da marca e dos clientes, o que pode causar prejuízos ainda maiores do que os financeiros.
A cobertura do seguro cibernético abrange uma variedade de cenários, desde responsabilidade por vazamento de dados, perda de clientes e danos à reputação, até lucros cessantes, custos de defesa e indenização, extorsões e gastos para remediar o vazamento de informações. Eduardo Ramirez ressalta que, desde que estejam previstos na apólice, todas as perdas e despesas financeiras decorrentes de um ataque estarão protegidas.
De acordo com a Susep, a busca por seguros teve um crescimento de 7,7% no primeiro semestre de 2023, com uma arrecadação total de R$ 181,77 bilhões. Além da segurança cibernética, os seguros de automóveis e de vida também se destacaram como impulsionadores desse aumento.
Eduardo Ramirez faz um alerta para empresas com maior exposição e acesso, destacando que, dependendo do setor da empresa, a segurança cibernética deve ser uma preocupação tão importante quanto a segurança física. Ele enfatiza que a segurança vai além de barreiras e antivírus, requer uma adaptação interna em coordenação com a equipe de TI. As seguradoras podem desempenhar um papel crucial nesse processo, fornecendo consultoria e orientação às empresas.