Nos últimos anos, os ataques cibernéticos têm se tornado uma ameaça cada vez mais prevalente, impactando empresas e organizações globalmente. Entre os setores frequentemente visados por criminosos virtuais, o agronegócio emerge como um dos mais suscetíveis à ação de hackers. O setor representa 10% dos ataques de ransomware no Brasil em 2023, conforme revelado no relatório semestral da Apura Cyber Intelligence S/A.
O agronegócio, que abrange desde a produção agropecuária até a comercialização de produtos agrícolas, está em constante evolução devido ao avanço tecnológico. Contudo, essa mesma tecnologia, impulsionadora do setor, traz consigo riscos e vulnerabilidades que cibercriminosos podem explorar.
O setor agropecuário registrou um crescimento notável de 18,8% no primeiro trimestre do ano, superando a previsão anual de 13,0% feita pelo Ipea em março de 2023. Contribuindo para isso, houve uma revisão positiva nas estimativas de produção de soja, que aumentou de 21,3% para 24,0%. Além disso, a produção de bovinos superou as expectativas, registrando um aumento de 3,0% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Esse crescimento econômico torna o agronegócio um alvo atrativo, dada a movimentação financeira expressiva que o setor envolve.
Os ataques de ransomware, uma forma de crime virtual que envolve invasão de sistemas e sequestro de dados, tornaram-se uma ameaça lucrativa ao agronegócio. Em fevereiro de 2023, a Dole Food, uma das maiores produtoras globais de frutas e vegetais, foi vítima de um ataque que resultou em prejuízos estimados em cerca de 10 milhões de dólares nos Estados Unidos.
Em abril de 2023, sistemas de irrigação automatizados em fazendas no norte de Israel foram alvos de um ataque cibernético, exigindo o desligamento de muitos desses sistemas e a necessidade de irrigação manual das plantações.
A descentralização das organizações no agronegócio contribui para sua vulnerabilidade, especialmente para pequenos e médios produtores que podem ter recursos limitados para investir em segurança digital.
Sandro Suffert, CEO da Apura, destaca a necessidade crucial de conscientização e investimentos em segurança cibernética no setor. Empresas agrícolas devem adotar medidas como investir em tecnologia robusta, infraestrutura segura e treinamento dos funcionários em práticas de segurança. Além disso, é fundamental que órgãos e entidades ligadas ao agronegócio promovam a disseminação de informações e treinamentos para capacitar os profissionais do setor a enfrentar os desafios crescentes dos ataques cibernéticos.
Diante desse cenário, é imperativo que o agronegócio, vital para a economia brasileira, esteja preparado para enfrentar riscos cibernéticos, adotando uma postura proativa e investindo em segurança digital. Isso permitirá que a indústria agropecuária minimize impactos, preserve dados e evite danos financeiros e à reputação, promovendo seu crescimento e desenvolvimento sustentável.













