Nos últimos dois anos, empresas brasileiras têm caminhado a passos largos em direção à nuvem, com a migração de dados e aplicações para o ambiente cloud. O setor financeiro, por exemplo, é um dos mais avançados, com mais de 90% de bancos e seguradoras usando cloud. Uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas de fevereiro de 2023 apontou que ao menos 42% das organizações do país já contam com a tecnologia.
Existe uma oferta competitiva, no Brasil, de fornecedores de serviços de nuvem pública. A questão, muitas vezes, fica por conta da escolha do melhor fornecedor para a transição de on-premises para cloud. E talvez a resposta não seja a escolha de apenas um único fornecedor, mas uma solução que conte com vários fornecedores. É claro que essa estratégia não se explica exatamente para quem está começando agora a migrar para cloud, ou para empresas muito pequenas – mas organizações que já estão atuando há um tempo com seus dados em nuvem e precisam migrar mais cargas de trabalho deveriam considerar o modelo multicloud.
Desafios do ambiente single cloud
Ambientes de nuvem que contam somente com um fornecedor de tecnologia apresentam alguns desafios que influenciam no preço e riscos para o próprio negócio. Mas antes de partirmos para os problemas, vamos abordar as vantagens desse ambiente de negócios.
Ter um único provedor de serviços em nuvem simplifica os fluxos de trabalho, facilita a gestão do fornecedor, e também os aspectos relacionados à compliance – principalmente se a sua empresa for de um setor altamente regulado, como o farmacêutico, por exemplo.
Em compensação, um único fornecedor de cloud pode trazer alguns desafios. O primeiro deles é que a redundância é limitada, ou seja, se o fornecedor passar por períodos de inatividade ou interrupções, podem ocorrer problemas com o serviço ou dados hospedados em nuvem, já que não há uma estrutura de backup disponível. A questão de negociação de preços também se torna um problema, já que a empresa fica vulnerável a aumentos inesperados de custos. Você também pode ter problemas de latência, e ficar de mãos atadas – a não ser que resolva migrar todo o seu ambiente para outro provedor de nuvem – e correr os mesmos riscos.
Os benefícios que a multicloud oferece
A estratégia multicloud envolve o uso de vários fornecedores para atender a diferentes requisitos do negócio – de fato, essa é a arquitetura mais escolhida. Com essa abordagem, a empresa aproveita o serviço e a capacidade técnica de múltiplas plataformas simultaneamente. Por exemplo: uma empresa pode usar a Amazon para armazenamento, Azure para aprendizado de máquina e Google Cloud Platform para análise de dados. A estratégia reduz a dependência em uma única plataforma, distribuindo as cargas de trabalho entre diferentes fornecedores.
Além disso, a abordagem também aumenta a resiliência e a redundância, uma vez que as cargas de trabalho podem ser facilmente transferidas entre fornecedores em caso de interrupções ou problemas de desempenho. A abordagem multicloud também aumenta a confiabilidade – já que atrás de cada serviço existe um data center físico e vulnerável a desastres naturais e erros humanos. Vários fornecedores são essenciais em qualquer plano de desastre e recuperação de dados, além de diminuir o tempo de inatividade.
O multicloud também melhora o desempenho e a latência, com a possibilidade de distribuir a carga de trabalho em vários fornecedores diferentes. Por fim, e não menos importante, essa abordagem abre uma possibilidade de negociação muito maior, com os fornecedores, impactando diretamente no orçamento.
Mesmo que a abordagem multicloud pareça complexa, já é possível ter todos os fornecedores sob uma única empresa de serviços. Dessa maneira, a gestão de diferentes ambientes em nuvem fica centralizada – diminuindo o esforço em gerenciamento. Outra vantagem é ter um controle FinOps integrado, mantendo recursos e custos sob o controle. Ou seja, é possível ter os benefícios multicloud, integrado aos serviços de especialistas. Uma vez que você tenha disponível esse tipo de solução – completa – não existem outras objeções para você adotar essa estratégia.
*Por Audreyn Justus, diretor de Marketing da Solo Network.
