A pandemia transformou nossos hábitos de consumo de forma inegável. Cinco anos após o lockdown, o e-commerce já é parte essencial do dia a dia. Vendas online e offline estão conectadas e funcionam em sinergia. Um exemplo é a possibilidade de comprar na loja física da Rede Raia Drogasil pelo aplicativo e retirar o pedido em 15 minutos, com descontos exclusivos. Apesar disso, muitos negócios ainda enfrentam dificuldades para adaptar seus serviços ao ambiente digital, perdendo oportunidades valiosas de crescimento.
Na minha visão, não há mais distinção entre os mundos online e offline. O consumidor espera ser atendido pela marca, independentemente de como finalize a compra. Ele mantém o mesmo comportamento em diferentes canais e escolhe adquirir produtos ou serviços conforme suas necessidades no momento. Estar offline não implica apenas uma perda financeira, mas também a redução da relevância da marca, do tempo, da margem de lucro e até mesmo da participação de mercado.
O mercado de comércio eletrônico no Brasil continua em forte expansão. Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o setor deve faturar R$ 224,7 bilhões em 2025, representando um crescimento de 10% em relação ao ano anterior. Diante desse panorama, gostaria de compartilhar algumas estratégias essenciais para quem busca sobressair em um ambiente tão competitivo.
Em primeiro lugar, a personalização é essencial para se destacar no mercado. Tecnologias de inteligência artificial (IA) permitem criar experiências de compra adaptadas às necessidades individuais, analisando o comportamento dos consumidores. Essa inovação vai além das recomendações automáticas, proporcionando uma interação mais próxima e humanizada. Além de aumentar a satisfação do cliente, essa estratégia fortalece a fidelização e contribui para a construção da marca. A meu ver, empresas que investirem em IA agora conquistarão uma vantagem competitiva significativa.
Outro aspecto essencial é o omnichannel. A integração entre canais digitais e físicos não é mais um luxo, mas uma exigência do mercado atual. Empresas que não proporcionarem uma experiência contínua entre esses ambientes correm o risco de perder relevância, especialmente no varejo. Hoje, os consumidores querem a conveniência de comprar online e retirar na loja, ou solucionar problemas presencialmente após uma compra virtual. Marcas que entregarem essa integração de forma eficiente terão uma posição de destaque em 2025.
Além disso, diversificar os métodos de pagamento é indispensável. Soluções como carteiras digitais, pagamentos por aproximação e até criptomoedas estão em crescente adoção no Brasil. O Pix, por exemplo, já conta com opções como o Pix parcelado e o “boleto flash”, que oferece maior agilidade ao lojista ao funcionar como uma alternativa imediata. Adotar essas ferramentas não é apenas uma questão de tecnologia, mas de atender às demandas de diferentes perfis de consumidores e ampliar as oportunidades de venda. Ignorar essa tendência é, literalmente, abrir mão de receitas valiosas.
De acordo com o relatório “Tendências do Varejo 2025”, da Opinion Box, 66% dos brasileiros utilizam as redes sociais para pesquisar itens de interesse. Atualmente, essas plataformas ultrapassam até mesmo o Google como principal fonte de consulta sobre produtos. Nesse cenário, adotar inteligência artificial para analisar avaliações de clientes e identificar tendências é fundamental, assim como produzir conteúdos otimizados para blogs que aumentem o engajamento e impulsionem acessos via SEO. Marcas ausentes nas redes sociais estão deixando passar grandes oportunidades. No entanto, não basta marcar presença: é essencial promover interações autênticas e facilitar a compra diretamente nesses canais.
Em 2025, o e-commerce deixará de ser apenas sobre vender produtos para se tornar uma plataforma de experiências memoráveis. Entender quem é o público, suas preferências de compra e como deseja receber os produtos será essencial. Abranger todas as opções disponíveis evitará perdas e ampliará a exposição da marca. Muitas empresas, ao focarem exclusivamente no fundo do funil, negligenciam a necessidade de atrair novos clientes e apresentar a marca ao mercado. O branding é indispensável para construir e fortalecer a performance no funil de vendas, enquanto a performance, isoladamente, não garante a construção de uma marca sólida.
*Por Melissa Pio, CEO da agência digital TEC4U.