Criar um produto digital é uma jornada empolgante, mas cheia de incertezas. No meio desse processo, o Product Discovery surge como uma bússola, reduzindo riscos e orientando decisões com base em dados concretos. Segundo a McKinsey, essa abordagem pode aumentar em 32% a chance de sucesso e impulsionar receitas em 21%. Não é à toa que empresas como Airbnb, Spotify e Amazon investem pesado nessa prática. Mas a boa notícia é que ela não está restrita aos gigantes – qualquer empresa pode se beneficiar dessa mentalidade estratégica para transformar hipóteses em soluções que realmente fazem sentido.
O verdadeiro sucesso de um produto não está apenas na sua implementação técnica, mas na entrega contínua de valor. Afinal, o que adianta ter um código impecável se a experiência do usuário deixa a desejar? A interface, a jornada do cliente e a real solução para um problema são peças-chave para que o discovery não seja apenas um processo, mas um motor estratégico. Tudo começa com a identificação de uma dor legítima do usuário. Se há um alto abandono na etapa de pagamento, por exemplo, o problema pode estar na percepção de segurança, na complexidade do fluxo ou até na experiência mais fluida que um concorrente oferece.
A investigação precisa ir a fundo, combinando métodos diversos para obter respostas claras. Pesquisas de mercado e benchmarks ajudam a captar tendências e boas práticas, enquanto entrevistas qualitativas e quantitativas revelam nuances do comportamento do usuário. Analisar concorrentes não é só questão de comparação, mas de identificar oportunidades estratégicas. Com esse repertório em mãos, sintetizar aprendizados e definir o problema central se torna um passo decisivo para guiar a busca pela melhor solução.
E é aqui que a inovação entra em cena. Quando equipes de design, desenvolvimento e negócios se reúnem para rodadas de ideação, novas perspectivas surgem e o leque de possibilidades se amplia. Mas boas ideias não bastam – é preciso testá-las. Protótipos de baixa e média fidelidade permitem validar hipóteses rapidamente, sem grandes investimentos. Ao envolver os usuários desde o início, a empresa garante que está resolvendo o problema certo, da maneira certa. A tomada de decisão precisa equilibrar viabilidade técnica, impacto no negócio e valor para o usuário, sempre embasada em dados e não em achismos.
Depois do primeiro teste bem-sucedido, é hora de levar a solução para um ambiente real. Testes A/B ajudam a comparar diferentes versões e otimizar conversões. Ferramentas de analytics e mapas de calor revelam padrões de comportamento e pontos de fricção. E o feedback contínuo permite um aprendizado iterativo, garantindo que o produto evolua sempre com base em evidências. No fim das contas, Product Discovery não é um processo isolado, mas um ciclo constante de aprendizado, experimentação e aprimoramento.
Os resultados falam por si. O Airbnb, ao reformular sua busca com filtros inteligentes, viu sua conversão crescer 10%. O Spotify aprimorou a funcionalidade Discover Weekly e aumentou o engajamento em 35%. A Amazon, com loops contínuos de feedback, impulsionou 35% das vendas apenas por meio de recomendações personalizadas. São exemplos claros de como entender profundamente o usuário e testar hipóteses de forma estruturada pode levar a impactos concretos e sustentáveis no mercado.
Para potencializar essa abordagem, algumas boas práticas fazem toda a diferença. A cocriação com clientes, por exemplo, aumenta em 60% as chances de sucesso de um produto, segundo a Harvard Business Review. Validar hipóteses de forma ágil reduz em 40% o tempo necessário para encontrar o encaixe ideal entre problema e solução. Monitorar métricas como Time-to-Value e Retention Rate ajuda a manter uma visão clara do impacto gerado.
No fim do dia, Product Discovery não é um luxo – é uma necessidade para empresas que querem competir de verdade, e mais do que isso, criar o produto certo para pessoa certa, dentro de um contexto de negócio certo. 2025 será o ano da eficiência, portanto o discovery se torna protagonista para entregar resultados e melhorar a experiência do usuário, que através da jornada do cliente e design thinking permitirá transformar dados em decisões inteligentes, fortalecendo negócios que não só prosperam hoje, mas se preparam para o futuro.
*Daniel Faulin, CXO da Verity.