Em entrevista exclusiva para o IT Section, Maurício Matsuda, Diretor de Operações e Customer Success na CBYK, analisa os benefícios do iPaaS e os caminhos para uma integração de sistemas mais ágil, segura e estratégica. Confira!
IT Section: Como você vê a evolução das integrações de sistemas nas empresas nos últimos anos, especialmente com o crescimento das soluções em nuvem?
Maurício Matsuda: Nos últimos anos, observamos uma verdadeira revolução na forma como as empresas abordam a integração de sistemas, impulsionada pelo avanço das soluções em nuvem. Antes, as integrações eram predominantemente on-premises, com soluções pesadas, como ESBs (Enterprise Service Bus), que exigiam alto investimento em infraestrutura e equipes técnicas especializadas. Com o crescimento da adoção de SaaS (Software as a Service) e plataformas em nuvem, as empresas passaram a lidar com ecossistemas de aplicações mais fragmentados, porém também mais dinâmicos. Isso criou a necessidade de soluções de integração mais ágeis, escaláveis e acessíveis, onde o iPaaS (Integration Platform as a Service) se destacou.
O iPaaS permite conectar rapidamente aplicações em nuvem e on-premises, com interfaces low-code ou no-code, democratizando o acesso à integração para equipes menos técnicas. Essa evolução trouxe maior velocidade na implementação, redução de custos e a capacidade de acompanhar o ritmo acelerado das transformações digitais. Na CBYK, temos visto nossos clientes migrarem de processos manuais e integrações pontuais para arquiteturas centralizadas, que suportam a inovação contínua e a escalabilidade.
IT Section: Quais são os maiores desafios que as empresas enfrentam ao tentar integrar diferentes sistemas, como CRMs, ERPs e plataformas de e-commerce, e como o iPaaS resolve esses problemas?
Maurício Matsuda: Os maiores desafios na integração de sistemas como CRMs, ERPs e plataformas de e-commerce incluem:
- Heterogeneidade de sistemas: Cada aplicação tem formatos de dados, APIs e protocolos próprios, o que dificulta a comunicação. Por exemplo, um ERP como SAP pode não se conectar nativamente a uma plataforma de e-commerce como Shopify.
- Complexidade técnica: Integrações manuais ou baseadas em middlewares tradicionais exigem codificação personalizada, o que é demorado e caro.
- Escalabilidade: À medida que a empresa cresce, o volume de dados e a quantidade de sistemas aumentam, sobrecarregando soluções legadas.
- Manutenção: Atualizações em uma aplicação podem quebrar integrações existentes, exigindo retrabalho constante.
- Governança de dados: Garantir consistência, qualidade e segurança dos dados entre sistemas é um desafio recorrente.
O iPaaS resolve esses problemas ao oferecer uma plataforma centralizada que simplifica a integração. Ele fornece conectores pré-construídos para as principais aplicações (como Salesforce, SAP, Magento, etc.), reduzindo a necessidade de codificação. Além disso, sua arquitetura baseada em nuvem garante escalabilidade, permitindo lidar com grandes volumes de dados e novas aplicações sem grandes ajustes. O iPaaS também facilita a manutenção, com atualizações automáticas e monitoramento em tempo real, e promove a governança de dados com ferramentas para mapeamento, transformação e validação. Na CBYK, utilizamos iPaaS para criar fluxos de integração que conectam CRMs e ERPs em tempo real, eliminando silos de dados e aumentando a eficiência operacional.
IT Section: O que diferencia o iPaaS de outras soluções de integração mais tradicionais, como as integrações manuais ou os middlewares mais antigos?
Maurício Matsuda: O iPaaS se diferencia das soluções tradicionais em vários aspectos:
- Flexibilidade e agilidade: Diferentemente das integrações manuais, que exigem codificação personalizada para cada conexão, o iPaaS oferece conectores prontos e interfaces visuais low-code/no-code, permitindo que até equipes não técnicas configurem integrações rapidamente.
- Modelo baseado em nuvem: Ao contrário dos middlewares tradicionais, como ESBs, que dependem de infraestrutura local e são caros para manter, o iPaaS opera na nuvem, reduzindo custos com hardware e oferecendo escalabilidade sob demanda.
- Manutenção simplificada: Middlewares legados exigem atualizações manuais e podem se tornar obsoletos com mudanças em APIs. O iPaaS, por outro lado, é gerenciado pelo provedor, que cuida de atualizações, segurança e compatibilidade.
- Democratização: O iPaaS capacita “citizen integrators” (usuários de negócios com conhecimento técnico limitado) a criar e gerenciar integrações, enquanto integrações manuais ou middlewares dependem de desenvolvedores especializados.
- Suporte a ecossistemas híbridos: O iPaaS conecta facilmente aplicações em nuvem e on-premises, algo que soluções tradicionais muitas vezes não conseguem fazer de forma eficiente.
Na prática, na CBYK, vemos o iPaaS como um facilitador estratégico, permitindo que nossos clientes se concentrem em seus negócios enquanto a plataforma cuida da complexidade técnica da integração.
IT Section: Em sua experiência, quais são os principais benefícios imediatos que as empresas percebem ao adotar uma plataforma iPaaS?
Maurício Matsuda: Em nossa experiência na CBYK, os benefícios imediatos do iPaaS incluem:
- Redução de tempo e custos: A implementação de integrações com iPaaS é significativamente mais rápida do que métodos tradicionais, muitas vezes reduzindo semanas de trabalho para dias. Isso também diminui os custos com desenvolvimento e manutenção.
- Aumento da eficiência operacional: A sincronização em tempo real de dados entre sistemas elimina processos manuais, como a transferência de dados entre um CRM e um ERP, reduzindo erros e acelerando fluxos de trabalho.
- Visibilidade e insights: Com integrações centralizadas, as empresas ganham uma visão unificada dos dados, permitindo decisões mais informadas. Por exemplo, dados de vendas de uma plataforma de e-commerce podem ser instantaneamente refletidos em relatórios financeiros no ERP.
- Escalabilidade: O iPaaS permite adicionar novas aplicações ou aumentar o volume de dados sem grandes reformulações, o que é essencial para empresas em crescimento.
- Colaboração aprimorada: A integração de sistemas melhora a comunicação entre departamentos, como vendas, marketing e logística, ao garantir que todos acessem os mesmos dados atualizados.
Esses benefícios são particularmente evidentes em projetos que implementamos, onde empresas percebem retorno sobre o investimento em poucos meses, graças à automação e à redução de retrabalho.
IT Section: Quais cuidados as empresas devem ter ao implementar uma solução iPaaS, especialmente em relação à segurança e à proteção de dados sensíveis?
Maurício Matsuda: A implementação de um iPaaS exige atenção a vários cuidados, especialmente no que diz respeito à segurança e proteção de dados sensíveis:
- Escolha de provedores confiáveis: Opte por fornecedores de iPaaS com certificações robustas, como SOC 1, SOC 2, ISO 27001 e conformidade com regulamentações como LGPD, GDPR ou HIPAA, dependendo do setor. Revisar relatórios de auditoria é essencial.
- Gestão de acesso: Configure permissões granulares para garantir que apenas usuários autorizados acessem dados sensíveis. Isso inclui autenticação multifator (MFA) e políticas de controle de acesso baseadas em papéis (RBAC).
- Criptografia: Assegure que os dados em trânsito e em repouso sejam criptografados usando padrões como AES-256 e TLS 1.2 ou superior.
- Governança de dados: Estabeleça regras claras para mapeamento, transformação e armazenamento de dados, evitando que informações sensíveis sejam armazenadas persistentemente no iPaaS, se possível.
- Monitoramento e auditoria: Utilize ferramentas de monitoramento em tempo real para detectar anomalias e mantenha logs detalhados para auditorias de conformidade.
- Testes rigorosos: Antes de colocar as integrações em produção, realize testes para identificar vulnerabilidades, como falhas na validação de dados ou exposição de APIs.
Na CBYK, orientamos nossos clientes a realizar uma due diligence detalhada do provedor iPaaS e a integrar a plataforma com uma estratégia de segurança holística, garantindo que a proteção de dados esteja alinhada com as exigências regulatórias e as melhores práticas do mercado.
IT Section: Você pode compartilhar algum case de sucesso onde a implementação do iPaaS resultou em melhorias significativas na eficiência operacional de uma empresa?
Maurício Matsuda: Um exemplo marcante que implementam os na CBYK envolve uma empresa do setor de varejo que enfrentava desafios para integrar sua plataforma de e-commerce com seu ERP e seu CRM . Antes do iPaaS, a empresa dependia de processos manuais para sincronizar dados de vendas, estoques e clientes, o que gerava erros, atrasos e insatisfação dos clientes devido a informações desatualizadas.
Implementamos uma solução iPaaS que conectou os três sistemas em tempo real. Configuramos conectores criando fluxos automatizados para:
- Sincronizar pedidos de e-commerce com o ERP, atualizando automaticamente o status do estoque.
- Transferir dados de clientes do e-commerce para o CRM, permitindo campanhas de marketing personalizadas.
- Gerar relatórios financeiros consolidados no ERP com base nas vendas online.
Os resultados foram impressionantes: a empresa reduziu o tempo de processamento de pedidos em 70%, eliminou erros manuais em 95% e aumentou a satisfação do cliente devido à maior precisão nas entregas. Além disso, o time de TI pôde focar em projetos estratégicos, já que a manutenção das integrações passou a ser gerenciada pelo iPaaS. A escalabilidade do iPaaS também foi um diferencial crítico, permitindo que a empresa absorvesse picos de demanda sazonais, como Black Friday, sem necessidade de investimentos adicionais em infraestrutura. Isso otimizou significativamente os recursos, reduzindo custos operacionais e liberando a equipe para iniciativas de maior valor estratégico. Esse caso demonstra como o iPaaS pode transformar operações complexas em processos ágeis, confiáveis e preparados para o crescimento.
IT Section: Para as empresas que estão começando a considerar o uso de iPaaS, quais são as melhores práticas para garantir uma integração bem-sucedida e estratégica desde o início?
Maurício Matsuda: Para garantir uma implementação de iPaaS bem-sucedida, recomendamos as seguintes melhores práticas, com base na nossa experiência na CBYK:
Defina objetivos claros: Antes de iniciar, alinhe as metas de negócio com as integrações. Por exemplo, você quer reduzir o tempo de processamento de pedidos ou melhorar a experiência do cliente? Esses objetivos guiarão a escolha da plataforma e o design dos fluxos.
Mapeie o ecossistema de aplicações: Faça um inventário de todos os sistemas (CRMs, ERPs, plataformas de e-commerce, etc.) e entenda como eles devem interagir. Isso ajuda a identificar conectores necessários e possíveis gargalos.
Escolha o provedor certo: Avalie plataformas iPaaS com base em conectores disponíveis, escalabilidade, suporte a ambientes híbridos, segurança e facilidade de uso. Considere também o suporte e a documentação oferecidos pelo fornecedor.
Comece pequeno, mas planeje grande: Inicie com um projeto piloto, como integrar duas aplicações críticas, para testar a plataforma e ganhar confiança. Planeje uma arquitetura escalável para incorporar mais sistemas no futuro.
Envolva as partes interessadas: Inclua equipes de TI, negócios e compliance desde o início para garantir que a solução atenda às necessidades técnicas e regulatórias.
Invista em treinamento: Capacite equipes técnicas e de negócios para usar as ferramentas low-code/no-code do iPaaS, promovendo autonomia e reduzindo dependência de desenvolvedores.
Monitore e otimize continuamente: Configure dashboards para monitorar o desempenho das integrações e estabeleça processos para ajustes rápidos em caso de erros ou mudanças nos sistemas conectados.
Priorize a segurança: Desde o início, integre práticas de segurança, como criptografia, gestão de acesso e conformidade com regulamentações, para proteger dados sensíveis.
Na CBYK, acompanhamos nossos clientes em todas essas etapas, desde o planejamento até a otimização contínua, garantindo que o iPaaS não apenas resolva desafios imediatos, mas também se torne um pilar da transformação digital estratégica.