Em 2025, a migração para o SAP S/4HANA finalmente deixou de ser um plano adiado e se tornou prioridade real para empresas latino-americanas. A combinação entre urgência, tecnologia acessível e exemplos regionais está transformando o cenário de forma concreta. Durante anos, a América Latina ocupou uma posição de expectativa no cenário global da transformação digital. Com alto potencial de crescimento e inovação, a região buscava equilibrar a necessidade de modernização tecnológica com desafios operacionais e de gestão. Ainda que a intenção de evoluir estivesse presente, fatores como a complexidade da migração, a falta de conhecimento especializado e a resistência à mudança adiaram decisões estratégicas por um bom tempo.
Esse panorama começou a mudar decisivamente em 2025. A proximidade do fim do suporte ao SAP ECC, previsto para 2027, trouxe uma nova urgência às decisões de CIOs, CFOs e CEOs. O que antes era considerado um projeto futuro se tornou uma necessidade imediata. A tecnologia passou a ocupar um papel central nas discussões corporativas, não apenas como suporte, mas como base para a competitividade.
Por muito tempo, a migração para o S/4HANA foi vista como um desafio técnico e organizacional de alto impacto. Envolver toda a empresa em um projeto dessa magnitude exigia gestão estruturada, alinhamento estratégico e patrocínio executivo. Além disso, a mudança cultural necessária para adotar novas formas de trabalhar era, muitas vezes, um obstáculo adicional em ambientes corporativos mais tradicionais.
O cenário começou a se transformar com o avanço da automação, a consolidação de metodologias ágeis e a ampliação do acesso ao conhecimento técnico no ecossistema SAP. Hoje, a migração é mais rápida, previsível e financeiramente viável, permitindo que as empresas conduzam esse processo com segurança e eficiência. O que era complexo e incerto se tornou alcançável — e, mais do que isso, necessário.
Um fator decisivo para essa virada foi o surgimento de casos de sucesso locais. Empresas latino-americanas passaram a protagonizar movimentos relevantes de transformação digital, demonstrando que é possível realizar a transição com excelência, mesmo diante de limitações operacionais. Esses exemplos aumentam a confiança do mercado, quebram barreiras e encorajam outras organizações a iniciarem sua jornada.
Nesse contexto, a tecnologia passou a ser tratada como um pilar estratégico nas empresas da região. As lideranças compreenderam que modernizar o core tecnológico não é apenas uma resposta ao fim do suporte do ECC, mas uma alavanca para crescimento, inovação e resiliência. A migração para o SAP S/4HANA tornou-se parte de uma estratégia maior, voltada à integração, à agilidade e à preparação para o futuro.
Mais do que uma troca de sistemas, trata-se de uma oportunidade concreta de revisar processos, implementar automações e tomar decisões orientadas por dados. A atualização tecnológica, nesse sentido, é uma porta de entrada para novos modelos de negócios, novas experiências para o cliente e uma capacidade ampliada de adaptação a um mercado em constante transformação.
A pergunta já não é mais “se” vai acontecer, mas “quando” e “com que velocidade”. Tudo indica que 2025 será lembrado como o ponto de virada, com as empresas da região assumindo o protagonismo da sua transformação digital. O movimento já começou — e quem entender isso agora terá a chance de transformar urgência em vantagem competitiva.
*Por Guilherme Joventino, COO da Mignow.