O Banco do Brasil (BB) anunciou a implementação de uma nova estrutura de governança de Inteligência Artificial (IA), desenvolvida em parceria com a IBM e a EY, uma das maiores consultorias globais. A iniciativa visa assegurar o uso responsável, ético e transparente da IA, com foco em escalabilidade, conformidade e alinhamento aos valores da instituição.
Com mais de 600 casos de uso de IA já em operação e uma base de mais de 80 milhões de clientes, o BB reforça seu compromisso com a inovação sustentável e com a proteção dos dados e direitos dos usuários. A governança cobre todas as etapas do ciclo de vida dos modelos de IA, desde o desenvolvimento até o monitoramento contínuo.
Aliança estratégica une tecnologia e metodologia
A nova estrutura combina o poder tecnológico da IBM, com destaque para o watsonx.governance e o IBM Cloud Pak for Data, a metodologias da EY para governança de IA. A IBM fornece a base para a automação e o gerenciamento de riscos dos modelos de IA, enquanto a EY estruturou a governança a partir do EY Generative AI Lifecycle Framework.
Segundo a executiva Giuliane Paulista, Gerente de Governança de IA do BB, “Temos um compromisso com nossos clientes, com a sociedade e com nossos acionistas. A IA é uma tecnologia poderosa, mas precisa ser tratada com seriedade, com curadoria humana e alinhamento estratégico e a governança entra como elemento-chave para escalar IA com responsabilidade”.
Conformidade, transparência e mitigação de riscos
A governança adotada garante que indicadores críticos, como viés, desvio, transparência e desempenho estratégico, sejam monitorados em tempo real. Isso assegura que as decisões baseadas em IA estejam alinhadas com a regulação vigente e os princípios éticos do BB.
Sérgio Fortuna, VP de vendas da IBM Brasil, reforça esse ponto, “A IA já faz parte do setor financeiro há décadas, mas vivemos um novo momento com os modelos generativos. A nova infraestrutura do BB busca garantir que os modelos analíticos desenvolvidos e utilizados pelo banco passem por processos criteriosos de avaliação de riscos, aprovação e monitoramento”.
IA generativa com responsabilidade e foco no cliente
O estudo IBM CEO Study 2024 mostra que 82% dos CEOs brasileiros apontam a transparência na IA generativa como fundamental para conquistar a confiança dos clientes. Já a pesquisa da EY-Parthenon, “Four Actions to Pioneer Responsible AI in Any Industry”, destaca a governança como fator-chave para o sucesso da IA em qualquer setor.
Para Telma Luchetta, sócia-líder de IA e Data da EY para Serviços Financeiros na América Latina, “A IA traz para o setor financeiro oportunidades de eficiência, personalização e inclusão, mas exige um olhar estruturado e criterioso para os riscos. Neste contexto, a governança é fundamental”.
Ela destaca que o framework da EY cobre todas as etapas da jornada da IA, incluindo validação de fornecedores, testes de homologação e métricas ajustadas continuamente durante a operação.
Uma IA centrada em valores humanos
O BB destaca que a IA não substitui o ser humano, mas expande sua capacidade. Segundo Rafael Rovani, Head de Inteligência Artificial do BB, “O BB tem mais de 200 anos e um papel central na vida dos brasileiros. A IA, para nós, não substitui o humano – ela liberta o potencial das pessoas ao automatizar tarefas. Mas isso só é possível com estrutura, cultura e, principalmente, governança. Sem a parceria com a EY e a IBM, não conseguiríamos escalar uma IA sustentável e confiável”.
A parceria permite ainda a realização de testes rigorosos, checklists de validação de fornecedores, mitigação de riscos de exposição de dados e definição clara de papéis e responsabilidades. O objetivo final é garantir uma governança de IA de ponta a ponta, focada em segurança, ética e eficiência.













