O setor financeiro brasileiro enfrentou uma onda preocupante de ciberataques no primeiro trimestre de 2025. Segundo dados da ISH Tecnologia, 20,18% dos 132 mil incidentes cibernéticos registrados no país nesse período tiveram como alvo instituições financeiras. O número reforça a gravidade da situação e coloca em evidência a necessidade urgente de reforço na cibersegurança — especialmente para quem realiza ou recebe transferências internacionais.
O caso mais emblemático do ano até agora foi o ataque hacker à C&M Software, classificado pela Polícia Civil de São Paulo como o maior golpe virtual já registrado contra o sistema financeiro nacional. Os criminosos conseguiram desviar R$ 541 milhões da BMP, expondo fragilidades estruturais na proteção de dados financeiros.
Profissionais que recebem do exterior devem adotar medidas de segurança
O cenário é ainda mais desafiador para os brasileiros que trabalham para empresas estrangeiras e recebem seus pagamentos por meio de transferências internacionais. Para esses profissionais, adotar hábitos digitais seguros é fundamental para evitar prejuízos.
“Como em todo procedimento financeiro, cuidado nunca é demais. É normal que profissionais se preocupem em receber o dinheiro estrangeiro com segurança; mas, para isso, precisam ter boas práticas, como usar senhas seguras e dedicar um tempo para pesquisar quais plataformas de recebimento oferecem a maior proteção”, afirma Samyra Ramos, gerente de marketing na Higlobe, fintech especializada em pagamentos para brasileiros que atuam remotamente para os Estados Unidos.
Cinco práticas de segurança para transferências internacionais
Com o crescimento das ameaças cibernéticas, a especialista destaca cinco medidas essenciais para proteger transações internacionais:
1. Escolha fintechs com certificados de segurança
Antes de realizar qualquer operação, é essencial optar por plataformas que contam com certificações reconhecidas, como a SOC 2 tipo 2, usada pela Higlobe. Essas certificações atestam boas práticas em proteção de dados, auditoria e governança.
2. Utilize senhas fortes e seguras
Senhas fracas são uma das principais portas de entrada para invasores. A recomendação é utilizar combinações com pelo menos 10 ou 12 caracteres, misturando letras maiúsculas, minúsculas, números e símbolos, e armazená-las com segurança, de preferência em um gerenciador de senhas confiável.
3. Ative a autenticação de dois fatores (2FA)
Esse recurso adiciona uma camada extra de proteção, exigindo, além da senha, outra forma de verificação. O 2FA dificulta acessos não autorizados e deve ser habilitado sempre que disponível nas plataformas de recebimento.
4. Não compartilhe dados bancários com terceiros
Informações como número da conta, nome e endereço do banco devem ser fornecidas apenas ao pagador legítimo. Evite divulgar seus dados em mensagens, redes sociais ou e-mails.
5. Fique atento a tentativas de phishing
Golpes por phishing continuam sendo uma das formas mais comuns de fraude. Desconfie de e-mails suspeitos, principalmente os que pedem dados pessoais ou solicitam ações urgentes. Em caso de dúvida, entre em contato com a empresa oficial.
Segurança digital é responsabilidade de todos
Em um ambiente cada vez mais digital e exposto a riscos, a conscientização sobre boas práticas de segurança é fundamental — não apenas para grandes instituições, mas também para freelancers, consultores e qualquer profissional que lida com movimentações financeiras online.
A escolha de plataformas seguras, aliada a práticas de proteção digital, pode ser decisiva para garantir que o dinheiro chegue ao destino certo — sem sustos.













