Um estudo recente da Kaspersky revelou que 31% das empresas brasileiras atingidas por ciberataques nos últimos dois anos sofreram danos diretos à reputação. O impacto vai além das perdas operacionais, afetando a credibilidade da organização perante o mercado, parceiros, investidores e consumidores.
Apesar da recuperação dos sistemas e da retomada das operações, a imagem comprometida pode persistir por meses — ou até anos — após o incidente.
Como a reputação é atingida após um ataque
A violação da segurança cibernética funciona como uma radiografia da empresa: revela o quão protegidas estão suas informações sensíveis, a eficácia de sua infraestrutura digital, sua capacidade de resposta a crises e o comprometimento com a segurança de clientes e stakeholders.
“Hoje, a segurança cibernética é uma decisão estratégica de negócios. As empresas que investem em proteção digital não protegem apenas seus sistemas, dados e dispositivos; eles também estão protegendo sua reputação, sua continuidade operacional e o relacionamento de confiança que construíram com clientes, parceiros e investidores. Em um ambiente onde os ataques são inevitáveis, a diferença não está em evitar todos os incidentes, mas em como eles são evitados, como reagem e, acima de tudo, quais aprendizados deixam. Ter uma estratégia sólida de segurança cibernética que inclua tecnologia avançada, treinamento de funcionários e protocolos de resposta claros reflete liderança, compromisso e responsabilidade, qualidades que o mercado valoriza cada vez mais”, afirma Roberto Rebouças, gerente-geral da Kaspersky no Brasil.
A pesquisa aponta que 36% das violações têm origem em ameaças internas, muitas vezes causadas por funcionários desavisados que clicam em links maliciosos, baixam softwares contaminados ou acessam sites perigosos. Esses deslizes, embora comuns, são interpretados externamente como falta de preparo da empresa em educar sua força de trabalho sobre riscos digitais.
Impacto direto nos negócios e nos investimentos
A perda de confiança tem consequências reais. Segundo o levantamento:
- 19% das empresas perderam a confiança de seus clientes;
- 6% sofreram a retirada de investidores;
- 11% enfrentaram efeitos colaterais como queda de ações, cancelamento de pedidos e rompimento de alianças estratégicas.
A reputação digital, portanto, torna-se um ativo tão valioso quanto os dados em si — e sua fragilidade pode colocar em risco toda a continuidade do negócio.
Como proteger a reputação após um incidente
Apesar do cenário preocupante, o dano à imagem pode ser revertido com estratégias bem definidas. A Kaspersky recomenda:
- Prevenção como prioridade: Adotar soluções como EDR, XDR ou MDR para detecção e resposta precoce;
- Treinamento contínuo: Engajar todos os colaboradores em programas de conscientização sobre engenharia social e phishing;
- Aprendizado pós-incidente: Investir em inteligência de ameaças e análise de vulnerabilidades;
- Plano de resposta claro: Agilidade na contenção de danos e comunicação assertiva;
- Transparência na crise: Informar com clareza os públicos estratégicos para preservar a confiança.
Em um cenário onde os ataques digitais se tornam mais sofisticados e frequentes, proteger os sistemas não é suficiente. A resiliência da marca e a confiança do mercado estão em jogo — e exigem uma estratégia de segurança cibernética que vá além da tecnologia.













