Nos últimos anos, tenho conversado com muitos líderes de TI, CISOs e parceiros de serviços gerenciados (MSPs) que compartilham a mesma frustração: o volume de alertas de segurança simplesmente não para de crescer. E o mais preocupante é que grande parte dessas notificações são irrelevantes ou falsas, o que leva os times a gastar tempo precioso analisando ruído em vez de combater ameaças reais. Estamos falando de um fenômeno conhecido como alert fatigue (fadiga de alertas), e sim, ele é real, exaustivo e extremamente perigoso.
Segundo um estudo do Ponemon Institute, conduzido em parceria com a Devo Technology, analistas de segurança gastam em média 21 minutos para investigar cada alerta, sendo que mais da metade desses alertas são falsos positivos. Isso representa não apenas uma sobrecarga operacional, mas um risco real de que ameaças críticas passem despercebidas.
Como líder, vejo de perto a transformação do nosso setor. A verdade é que não precisamos mais detectar mais ameaças. Precisamos detectá-las de forma mais inteligente. E é exatamente aí que a inteligência artificial, quando combinada com a análise humana especializada, mostra todo o seu valor.
IA na triagem: segurança com rapidez e precisão
Apesar do avanço da tecnologia, uma parcela ainda limitada dos profissionais de segurança usa IA para reduzir falsos positivos, o que representa uma oportunidade clara de evolução. Ao combinar aprendizado de máquina e análise comportamental com a supervisão humana, torna-se possível separar ruído de ameaça real com muito mais eficiência.
Soluções baseadas em comportamento aprendem o que é considerado normal em um ambiente e identificam desvios com alto grau de precisão. Isso agiliza a triagem, reduz drasticamente o volume de investigações desnecessárias e libera as equipes para se concentrarem no que realmente importa. Em paralelo, ferramentas de resposta automatizada permitem agir em tempo real, isolando dispositivos ou bloqueando acessos suspeitos antes que o incidente se espalhe.
O valor da supervisão humana
A inteligência artificial não substitui o especialista, ela o complementa e o potencializa. A validação humana segue sendo essencial para interpretar o contexto, ajustar respostas e tomar decisões complexas. Empresas com equipes reduzidas podem recorrer a parceiros especializados, garantindo a supervisão e o suporte necessários sem precisar ampliar suas estruturas internas.
Modelos que combinam automação, análise avançada e monitoramento contínuo, como os serviços de detecção e resposta gerenciada (MDR), entregam justamente essa sinergia. É um caminho para oferecer proteção eficiente, escalável e alinhada às demandas do cenário atual.
Visibilidade, eficiência e confiança
Centralizar dados de segurança em plataformas inteligentes proporciona uma visão completa do ambiente digital. Com essa visibilidade, é possível identificar padrões ocultos, antecipar ameaças e manter a conformidade com regulamentações, além de tomar decisões com mais confiança e agilidade.
Para as empresas, isso representa ganho de eficiência. Para provedores de serviços gerenciados (MSPs), é a chance de escalar operações sem comprometer a qualidade. Em ambos os casos, trata-se de um passo estratégico rumo a uma segurança mais inteligente, proativa e sustentável.
Superar a fadiga de alertas é mais do que possível, é essencial. A combinação entre inteligência artificial e supervisão humana já está redefinindo a forma como encaramos a defesa digital. E quem souber unir esses dois mundos com equilíbrio vai liderar a próxima geração da cibersegurança.
*Por Dennis Brach, country manager da WatchGuard Brasil.













