Já faz um bom tempo que a segurança cibernética deixou de ser uma preocupação exclusiva das grandes corporações. Empresas de todos os portes, das PMEs às grandes organizações, estão no radar das ameaças digitais. Muitas vezes, a maturidade insuficiente dos processos de segurança, aliada à crescente sofisticação dos ataques, faz com que a terceirização seja não apenas uma alternativa, mas uma estratégia fundamental.
A previsão de que o custo global do cibercrime alcance 10 trilhões de dólares neste ano (um valor superior ao PIB brasileiro) não é apenas alarmante, como também uma convocação à ação. Vazamentos de dados, infecções por malware, sequestros de sistemas por ransomware e ataques de negação de serviço (DDoS) podem desestabilizar operações, comprometer reputações e comprometer o futuro de qualquer organização, independentemente do seu porte.
Para pequenas e médias empresas, os recursos limitados muitas vezes impossibilitam a construção de estruturas robustas de segurança interna. Mas, na prática, acompanhamos a maioria das organizações – exceto aquelas com estruturas já dedicadas – já recorrendo à terceirização em muitos aspectos. É nesse cenário que o modelo de Cibersegurança como Serviço (Cybersecurity-as-a-Service, ou CaaS) revela todo o seu potencial, oferecendo acesso a tecnologias avançadas, equipes especializadas e monitoramento contínuo com investimento proporcional às necessidades e capacidades da empresa.
Terceirizar a segurança digital permite proteger-se de ameaças sofisticadas sem a necessidade de manter um departamento interno, algo que demanda custos maiores com infraestrutura, contratação, capacitação e atualização constante. Isso significa transformar a segurança cibernética de um custo fixo alto em um serviço escalável e personalizado. Em outras palavras: democratizar o acesso à proteção digital e garantir flexibilidade para escalar conforme o negócio cresce.
Os impactos reais de não investir em segurança estão evidentes nos números. O relatório “Hiscox Cyber Readiness 2024” mostrou que 43% das organizações perderam clientes após sofrerem ataques cibernéticos. O custo médio de uma violação de dados, de acordo com estudo da IBM/Instituto Ponemon, alcançou US$ 4,88 milhões em 2024. Na indústria de saúde, esse valor sobe para US$ 9,77 milhões; no setor financeiro, US$ 6,08 milhões. Esses dados não apenas reforçam a magnitude das perdas, mas mostram que empresas de todos
os portes têm muito a ganhar ao adotar modelos flexíveis e especializados como o CaaS — seja pela redução de custos operacionais, pela aceleração da resposta a incidentes ou pela melhoria da postura frente a riscos emergentes.
Ao adotar soluções de Cibersegurança como Serviço, empresas deixam de estar na defensiva e passam a adotar uma postura proativa. PMEs ganham capacidade de crescer com tranquilidade, enquanto organizações maiores encontram na terceirização um mecanismo eficiente para ampliar sua cobertura e responder à complexidade cada vez maior dos ambientes digitais.
A segurança cibernética deixou de ser um luxo para se tornar uma premissa básica da continuidade dos negócios. E com o modelo de CaaS, proteger-se não é apenas possível, como também inteligente.
*Por Armsthon Zanelato, Co-CEO da ISH Tecnologia.





