Em um cenário de desafios econômicos e sociais, manter a confiança pública exige atenção estratégica das empresas. A terceira edição do Global Reputational Risk Readiness Survey 2025, da WTW, consultoria global em riscos e corretagem de seguros, revela que os ataques cibernéticos se tornaram o principal risco à reputação corporativa.
“Em um mundo onde uma postagem nas redes sociais pode trazer grandes impactos financeiros às organizações, avaliar os riscos reputacionais se torna uma necessidade para as empresas, que também precisa estar preparada para lidar com isso”, comenta Ana Albuquerque, diretora de linhas financeiras da WTW no Brasil.
A pesquisa ouviu mais de 100 empresas globais, incluindo organizações brasileiras, de setores como varejo, manufatura e transporte. Segundo o levantamento, 65% dos entrevistados apontaram ataques cibernéticos como o maior risco à imagem corporativa, seguidos por questões ambientais (64%) e governamentais (56%). Em 2023, apenas 24% haviam mencionado os ataques cibernéticos como prioridade.
Resiliência e capacidade de resposta
O estudo também indicou que 86% das empresas possuem processos formais para gerenciar riscos e oportunidades reputacionais, sendo que 22% integram essas métricas aos KPI’s da diretoria. Quanto à resiliência, 12% das empresas afirmaram ter total clareza sobre os riscos e planos sólidos de mitigação, enquanto 21% dizem possuir boa clareza sobre o tema.
No entanto, nem todas estão preparadas financeiramente para crises reputacionais. Apenas 11% das organizações têm capacidade elevada de modelagem para avaliar custos e responsabilidades de danos reputacionais, 64% possuem capacidade moderada, e 25% reconhecem não ter condições de absorver impactos financeiros.
Apesar disso, o apetite pelo risco ainda existe: 57% afirmaram que assumiriam riscos reputacionais se identificassem a atividade ou associação como estratégica para o negócio, e 69% declararam avaliar riscos de forma individualizada, caso a caso.
Liderança e atenção estratégica
A pesquisa aponta uma queda na proporção de líderes que afirmam compreender plenamente os riscos reputacionais e contar com plano sólido, de 23% em 2022 para apenas 12% em 2025. Em contrapartida, cresceu a porcentagem de empresas que mantêm reservas financeiras para eventuais danos, passando de 86% para 94% no mesmo período.
“Os executivos estão tratando o tema com a devida atenção, reconhecendo que a reputação de uma empresa é tão essencial quanto o próprio negócio — e que ambos estão profundamente interligados. É uma relação simbiótica, em que um lado depende do outro”, finaliza Ana Albuquerque.













