O setor de manufatura enfrenta um aumento expressivo de ataques cibernéticos, revela o Relatório de Segurança em Manufatura 2025 da Check Point Software. Fabricantes sofrem, em média, 1.585 ataques por semana, um crescimento de 30% em relação a 2024.
A América Latina e a Ásia-Pacífico estão entre as regiões mais afetadas, com destaque para Taiwan, que registrou 5.100 ataques semanais. Na Europa, seis dos dez países com maior aumento de incidentes concentram o crescimento mais rápido, evidenciando a escala global do problema.
Ransomware e espionagem geopolítica como principais ameaças
O relatório destaca que o ransomware continua sendo a ameaça mais prevalente, capaz de interromper operações, destruir backups e gerar prejuízos milionários. Além disso, grupos patrocinados por Estados têm como alvo propriedade intelectual e sistemas de tecnologia operacional (OT), visando vantagens estratégicas e geopolíticas.
“Este relatório é um alerta tanto para fabricantes quanto para governos”, afirma Sergey Shykevich, gerente do Grupo de Inteligência de Ameaças da Check Point Software. “Os ciberataques nesse setor não estão apenas paralisando a produção. Eles estão atrasando a entrega de produtos, comprometendo a propriedade intelectual e desestabilizando economias. Em países onde a indústria é um pilar econômico, a resiliência cibernética é uma questão de interesse nacional, não apenas de higiene de TI.”
Impactos financeiros e operacionais
O estudo cita casos recentes que ilustram a gravidade do cenário:
Clorox (2023): perdas de US$ 356 milhões em um trimestre após ataque cibernético;
Nucor (2025): paralisação de operações da maior produtora de aço da América do Norte;
Sensata Technologies (2025): ransomware que interrompeu produção e logística;
Schumag AG (2024): insolvência de fabricante alemão após ataques sucessivos.
Além do impacto financeiro, os ataques geram efeitos em cascata, como perda de contratos, danos à reputação, atrasos na inovação e aumento da pressão regulatória.
Cadeia de suprimentos vulnerável
O relatório enfatiza que a interconexão entre fornecedores, parceiros globais e sistemas IoT e OT amplia a superfície de ataque. Um único fornecedor desprotegido ou dispositivo inseguro pode comprometer toda a linha de produção, gerando efeitos em cadeia e afetando indústrias inteiras.
Segurança industrial como prioridade estratégica
Diante do aumento de ameaças, a Check Point recomenda que executivos adotem estratégias proativas:
- Construir resiliência operacional, considerando o tempo de inatividade como risco corporativo;
- Fortalecer a cadeia de suprimentos, garantindo visibilidade e padrões de cibersegurança em terceiros;
- Proteger a propriedade intelectual com monitoramento avançado e prevenção de perda de dados;
- Implementar defesa proativa, indo além da conformidade regulatória.
Segundo os especialistas, a resiliência cibernética deixou de ser apenas uma medida de proteção, tornando-se um diferencial competitivo que garante continuidade, sustentabilidade e segurança para empresas de manufatura em um cenário global cada vez mais exposto a ataques digitais e tensões geopolíticas.