Entramos em 2026 com um cenário que consolida de vez a maturidade dos Centros de Serviços Compartilhados. Após um ciclo marcado por digitalização acelerada, reorganização operacional e avanços em governança entre 2020 e 2025, os CSCs entram agora em uma fase de fortalecimento estrutural. O foco está em ampliar integração, elevar o uso de dados para decisões operacionais, padronizar processos e consolidar modelos mais estratégicos. É um momento em que os CSCs reforçam seu papel como hubs de eficiência, inteligência e consistência corporativa, adotando referências internacionais para ganhar escala, qualidade e impacto nos resultados das empresas.
O movimento não é mais previsível ou incipiente: torna-se agenda definitiva para organizações que buscam padronização global, eficiência escalável, integração entre áreas e capacidade real de operar com visão única sobre pessoas, processos e tecnologia. Em 2026, as companhias que já iniciaram essa jornada avançam para modelos mais maduros, com desenho operacional robusto, governança consolidada e uso inteligente de dados.
Dentro dessa evolução, a inteligência artificial deixa de ser apenas ferramenta de automação e passa a ocupar um papel estrutural. A grande virada dos CSCs não será automatizar tarefas, mas reconfigurar fluxos, integrar bases de dados e transformar a tomada de decisão. A IA aplicada ao negócio se torna aliada direta da estratégia: apoia previsões, melhora eficiência operacional e amplia a capacidade analítica das equipes, permitindo que o CSC atue não como executor, mas como consultor interno de alto impacto.
Outro vetor central dessa transformação é a flexibilidade do trabalho. A discussão já não se limita ao modelo presencial ou híbrido. Em operações de serviços compartilhados, a lógica passa a ser dinamismo, entregas e performance, independentemente do formato. Empresas que compreenderam esse movimento observaram que a flexibilidade não reduz governança, fortalece produtividade e amplia a capacidade de atrair especialistas em áreas críticas como TI, analytics, contabilidade, compliance e financeiro.
Ao mesmo tempo, cresce a importância de uma cultura data driven, que torna o CSC protagonista na geração de inteligência corporativa. Em 2026, veremos um salto consistente na qualidade dos dados, na integração entre áreas e no uso de indicadores avançados para orientar decisões estratégicas. Essa maturidade reposiciona o CSC como uma das estruturas mais preparadas para lidar com um ambiente de negócios volátil, que exige precisão, rapidez e previsibilidade.
Quando unimos essas frentes, com IA aplicada ao negócio, modelos flexíveis de trabalho e uma cultura cada vez mais orientada a dados, percebemos que os CSCs assumem um papel decisivo na transformação das empresas brasileiras. 2026 será o ano da consolidação e um período de escolhas estruturais, evolução operacional e reafirmação do CSC como peça-chave de competitividade e inovação.
As empresas que enxergarem essa oportunidade não apenas modernizarão suas operações, mas também ganharão vantagem estratégica em um mercado que exige eficiência, inteligência e capacidade de adaptação.
*Por Giovana Zanirato, diretora-presidente da ABSC.





