Um estudo da Solo Iron, com base em um relatório da Check Point Research, revelou um aumento significativo nos ciberataques na América Latina durante o segundo trimestre de 2024. No Brasil, os ataques cresceram cerca de 70%, enquanto a região como um todo registrou um aumento de 53%.
Segundo Ramon Ribeiro, CTO da Solo Iron, o Brasil tem se tornado um “celeiro” para ataques cibernéticos devido a suas características únicas. “O problema é que o Brasil se tornou um país com características únicas quando se trata de cibercrime, com a atuação de grupos locais e globais”, explica Ribeiro. Ele destaca que há uma colaboração entre grupos criminosos locais e internacionais, especialmente em ataques de extorsão financeira.
Impacto da flutuação do dólar e maturidade da cibersegurança
A flutuação do dólar em 2024 tem atrasado a implementação de novas soluções de cibersegurança, prejudicando a capacidade das empresas de enfrentar ataques complexos. Ribeiro observa que “o nível de maturidade na adoção de ferramentas de cibersegurança é bem menor” na América Latina comparado ao Brasil, o que contribui para a vulnerabilidade das empresas na região.
Espionagem cibernética e crimes financeiros
Relatórios recentes indicam que mais de 85% das atividades de phishing direcionadas ao Brasil são realizadas por grupos norte-coreanos e russos, com foco em setores como criptomoedas, aeroespacial e defesa, além do governo. Ribeiro alerta sobre a prevalência de ataques de ransomware e extorsão financeira no Brasil, onde muitas organizações pagam resgates na esperança de proteger suas informações. “A maioria das organizações vítimas acaba pagando o resgate pelos dados roubados, na esperança de conter o vazamento da informação. O problema é que nem sempre isso acontece, e os criminosos vendem e distribuem os dados igualmente”, afirma.
Necessidade de soluções proativas
Ribeiro conclui que as empresas precisam adotar soluções de gestão proativa de cibersegurança, combinando tecnologia e expertise técnica. “Mais do que nunca, as empresas precisam adotar soluções de gestão proativa de cibersegurança, com mão de obra especializada. Comprar apenas as ferramentas não soluciona a questão”, finaliza o executivo.