O terceiro trimestre de 2024 trouxe um alerta preocupante em relação à segurança cibernética: um aumento recorde de 95% nos ataques no Brasil e um crescimento global de 75%, segundo o relatório da Check Point Research (CPR), divisão de Inteligência em Ameaças da Check Point Software. Esse cenário evidencia a necessidade urgente de as organizações reforçarem suas defesas contra ameaças digitais.
Dados alarmantes sobre ataques cibernéticos
O volume médio de ataques cibernéticos por organização no mundo atingiu um recorde de 1.876 por semana, refletindo um aumento significativo de 75% em comparação ao terceiro trimestre de 2023. Esse crescimento representa também um aumento de 15% em relação ao trimestre anterior. As táticas utilizadas pelos cibercriminosos estão se tornando cada vez mais sofisticadas e frequentes, o que destaca a urgência em fortalecer as defesas digitais.
No Brasil, o cenário é ainda mais alarmante. Durante o mesmo período, as organizações brasileiras sofreram um total de 2.766 ataques semanais, evidenciando um crescimento de 95% em relação ao ano anterior, quando houve uma redução de 3%, totalizando 747 ataques por semana.
Setores mais afetados
Globalmente, o setor de Educação e Pesquisa foi o principal alvo, com uma média de 3.828 ataques semanais por organização. Em seguida, os setores de Governo/Forças Armadas e Saúde registraram 2.553 e 2.434 ataques, respectivamente. Entre as indústrias, a fabricação de hardware se destacou com um aumento de 191% nos ataques.
Na África, a região mais impactada, houve um total de 3.370 ataques semanais, representando um aumento de 90% em relação ao ano anterior. A Europa e a América Latina também registraram crescimentos alarmantes, com 86% e 72% de aumento, respectivamente.
Ransomware: uma ameaça persistente
Embora tenha havido uma leve redução nos casos de ransomware em comparação ao ano anterior, essa forma de ataque continua a ser um desafio significativo. Mais de 1.230 incidentes foram divulgados por grupos de extorsão, com a América do Norte respondendo por 57% dos casos. O setor de Manufatura foi o mais atingido, concentrando 30% dos ataques de ransomware.
Nos Estados Unidos, o cenário também é preocupante, com um aumento de 56% nos ataques cibernéticos em relação ao ano anterior. O setor de Educação e Pesquisa foi o mais afetado, com uma média de 2.239 ataques semanais, mais que o dobro do registrado no ano anterior. A indústria de saúde enfrentou um aumento de 110%, totalizando 2.170 ataques, enquanto o setor de serviços públicos teve um crescimento de 234%.
Caminhos para o futuro
Os dados apresentados pela Check Point Software ressaltam a complexidade e a evolução constante das ameaças cibernéticas. As organizações, independentemente de seu porte ou setor, devem priorizar o fortalecimento de suas defesas digitais.
As melhores práticas recomendadas incluem a adoção de tecnologias avançadas de detecção de ameaças, como sandboxing e ferramentas antiransomware, além da implementação da arquitetura Zero Trust, que exige verificações rigorosas de identidade para acesso à rede. Também são essenciais backups regulares de dados, planejamento de resposta a incidentes e educação contínua dos funcionários sobre as últimas técnicas de ataque.
A segmentação da rede e a gestão frequente de vulnerabilidades, com avaliações de segurança e testes de penetração, são fundamentais para mitigar os impactos de possíveis ataques. Organizações que adotarem essas medidas estarão mais bem preparadas para proteger seus ativos e garantir a continuidade de suas operações em um cenário de ameaças cibernéticas em constante evolução.
Os dados que sustentam este levantamento foram coletados pela plataforma Check Point ThreatCloud AI, que analisa grandes volumes de dados e milhões de Indicadores de Compromisso (IoCs) diariamente, provenientes de 150.000 redes conectadas e milhões de dispositivos de endpoint.













