Em entrevista exclusiva para o IT Section, Marcos Souto, Diretor de Soluções Integradas da N&DC, explica como a empresa superou desafios na criação de um NOC inteligente, capaz de prever incidentes, apoiar decisões estratégicas e transformar a TI em agente de valor para os negócios. Confira!
IT Section: Qual foi o maior desafio na concepção do NOC e como vocês o superaram?
Marcos Souto: O maior desafio foi criar um NOC que não fosse apenas um centro de monitoramento reativo, mas sim uma plataforma estratégica de inteligência operacional. A dificuldade estava em integrar diferentes fontes de dados de redes, aplicações e infraestrutura em um único painel unificado, com capacidade de prever incidentes antes que eles ocorressem.
Superamos isso investindo em automação, observabilidade em tempo real, inteligência artificial aplicada à correlação de eventos e principalmente em uma equipe altamente capacitada, transformando informações em contexto completo para agir rapidamente e de forma proativa.
IT Section: Que tipo de decisão empresarial pode ser tomada a partir das análises do NOC que antes não era possível?
Marcos Souto: Antes, muitas decisões em TI eram tomadas no calor do momento, quase sempre de forma reativa e baseadas mais em percepções do que em dados concretos, já que era difícil correlacionar informações de forma consistente. Hoje, com o NOC atuando como uma verdadeira plataforma de inteligência operacional, conseguimos justificar investimentos estratégicos em infraestrutura com base em dados históricos de incidentes e desempenho, planejar mudanças operacionais com muito mais segurança por entender antecipadamente o impacto no negócio e reduzir custos ao gerenciar a capacidade de forma inteligente, evitando gastos com recursos subutilizados. No fim, o NOC mudou a maneira como decidimos: agora as escolhas são mais assertivas, embasadas e alinhadas diretamente aos objetivos da empresa.
IT Section: Como o NOC pode influenciar a cultura de TI dentro das empresas clientes?
Marcos Souto: O NOC, ao atuar como uma plataforma estratégica de inteligência operacional, transforma a percepção da TI, que deixa de ser vista apenas como um “resolvedor de problemas” para se tornar um verdadeiro “agente de valor estratégico”. Esse novo papel impacta diretamente a cultura de TI das empresas clientes, estimulando uma mentalidade proativa, em que as equipes agem antes mesmo que o cliente final perceba qualquer falha. Também promove uma maior integração entre áreas, já que os dados do NOC aproximam TI e negócios, permitindo que indicadores estratégicos sejam usados para avaliar a performance de todo o parque tecnológico. Além disso, fortalece uma cultura de melhoria contínua, onde análises periódicas se transformam em insumos para otimização constante.
IT Section: Há algum caso ou aprendizado inesperado nos primeiros meses de operação que surpreendeu a equipe?
Marcos Souto: Nos primeiros meses, percebemos que boa parte das indisponibilidades críticas não vinham de falhas técnicas diretas, mas sim de mudanças mal comunicadas entre times internos dos clientes.
Esse aprendizado nos levou a criar playbooks de gestão de mudanças integrados ao NOC, reduzindo incidentes desse tipo.
IT Section: Como vocês enxergam a evolução dos NOCs nos próximos anos e o papel da inteligência operacional?
Marcos Souto: Enxergamos o NOC deixando de ser apenas centros de operação para se tornarem verdadeiros hubs de decisão estratégica, nos quais a inteligência operacional será cada vez mais sofisticada e integrada ao negócio. Acreditamos que a IA generativa terá um papel central na análise e predição de incidentes, permitindo agir antes que eles causem impacto. A automação evoluirá para responder de forma totalmente autônoma a eventos já conhecidos, liberando as equipes para focar em desafios mais complexos. Além disso, a integração nativa com os KPIs de negócio permitirá medir de forma precisa o impacto real de cada incidente na operação, conectando diretamente a performance tecnológica aos resultados da empresa.
IT Section: Que conselho você daria a empresas que ainda veem a TI apenas como suporte técnico?
Marcos Souto: TI não é custo é motor de crescimento.
Meu conselho é simples; mude o mindset. Quanto mais cedo a empresa enxergar a TI como parte essencial da estratégia, mais rápido colherá retorno em eficiência, inovação e competitividade.
As empresas de sucesso hoje tomam decisões baseadas em dados e esses dados estão sendo gerados, processados, transportados e armazenados o tempo todo. Quem garante que isso aconteça de forma segura, ágil e confiável é a TI. Ela não apenas suporta o negócio, mas viabiliza novas oportunidades, acelera a tomada de decisão e sustenta a vantagem competitiva.
IT Section: Como a N&DC garante que o NOC continue relevante diante da rápida evolução tecnológica?
Marcos Souto: Garantimos nossa relevância investindo continuamente em pesquisa e desenvolvimento, incorporando novas tecnologias antes mesmo que elas se tornem padrão de mercado. Mantemos nossa equipe em constante evolução por meio de treinamentos que asseguram que estejam sempre na fronteira do conhecimento. Além disso, realizamos ciclos trimestrais de revisão de serviços, ajustando processos, ferramentas e indicadores de desempenho para acompanhar e antecipar as mudanças nas necessidades dos nossos clientes.
