Criada para acelerar o desenvolvimento profissional de programadores e suprir uma demanda do mercado por profissionais de tecnologia experientes, a edtech Devpass lança neste mês o Evercode, produto que treina desenvolvedores por meio de simulações práticas guiadas por inteligência artificial. Com a novidade, programadores poderão treinar e aprimorar habilidades técnicas e comportamentais demandadas pelo mercado de trabalho de maneira 100% autônoma, de maneira segura, em seu próprio ritmo.
Fundada em 2021, a startup nasceu com foco nos desafios enfrentados pelos desenvolvedores junto ao mercado de trabalho, que demanda profissionais com experiência, mas não tem tempo de formá-los. O objetivo da Devpass é fortalecer conhecimentos, dos fundamentais aos avançados, ajudando esses profissionais a aprimorarem suas habilidades técnicas e comportamentais a partir de treinamentos imersivos, que simulam os desafios e estruturas de equipe encontrados no cotidiano.
Em seu primeiro ano de operação, a edtech validou sua tese de simulação do dia a dia de um profissional de forma menos automatizada, oferecendo treinamentos conduzidos por tech leads em diferentes trilhas –como desenvolvimento de interfaces, arquiteturas e testes de software. Nesse período, além de atender desenvolvedores diretamente, a Devpass conquistou também um público B2B de forma orgânica, já que os próprios usuários passaram a indicar a startup para seus times, firmando parcerias com empresas como a gestora XP Inc. e a fintech Cora, oferecendo experiências customizadas, com temas e linguagens adaptados às necessidades de cada empresa.
Com o lançamento do Evercode, a empresa ganhará escala e permitirá que mais desenvolvedores participem das simulações. “A partir de agora, entregaremos a mesma proposta de valor que oferecemos desde a fundação: simular a rotina de um desenvolvedor de maneira bastante prática em um ambiente seguro, no qual é possível errar sem medo”, diz Dimitri Fernandes, cofundador da Devpass.
Lançado em uma versão beta aberta em português e inglês –e, nesta fase, gratuita–, o Evercode foi testado no último mês por centenas de usuários da comunidade construída pela startup no último ano. Os desenvolvedores utilizam o Discord, onde são recebidos por um chatbot que cumpre o papel da liderança técnica e, após dar as boas-vindas aos participantes a uma empresa fictícia, propõe a eles desafios reais. Utilizando inteligência artificial e automatizações, o bot consegue revisar o código dos usuários e ajudar com dicas e sugestões. Como no dia a dia de um desenvolvedor profissional em atividade, o usuário utiliza diversas plataformas em sua jornada.
“Simulamos o cotidiano de um profissional remoto da área de tecnologia de uma empresa, com todos os desafios que eles podem vir a ter. Há ainda proposições com diferentes graus de dificuldades, para atender o programador em diferentes fases de sua carreira”, afirma Rodrigo Borges, cofundador da Devpass. “Não somos um curso nem um bootcamp, e sim uma plataforma na qual o desenvolvedor pode aprimorar de maneira contínua seus conhecimentos e adquirir novas habilidades.”
Quando contratada por empresas, a experiência com o Evercode pode ainda ser personalizada. “Entendemos quais são as linguagens trabalhadas pela companhia, os padrões utilizados pela equipe de engenharia para escrever códigos, e replicamos suas nuances”, explica Fernandes.
A empresa e seus fundadores
Em pouco mais de um ano de vida, a startup já levantou uma rodada pré-seed de R$ 1 milhão, da qual participaram Brazil Venture Capital e, ainda, alguns anjos, entre os quais Juliano Dutra, cofundador da Gringo, de gestão de veículos; Denis Minev, CEO da rede varejista Bemol, e Ugo Roveda, cofundador da edtech Kenzie Academy. Hoje, a edtech possui um faturamento médio mensal de cerca de R$ 100 mil.
Natural de Fortaleza (CE), Fernandes é formado em Administração pela Federal do Ceará, iniciou sua carreira na Endeavor e acumula passagens pelo Airbnb, WeWork e Yuca — sempre trabalhando com comunidades. Borges, por sua vez, é de Manaus (AM), formado em Ciência da Computação pela Federal do Amazonas e possui mestrado em Computação Mobile pela Federal de Minas Gerais. Iniciou a sua carreira na Ingresse e passou também pela Viva Real e Farfetch — no seu caso, sempre junto a áreas de desenvolvimento de produto e serviços, liderando times de tecnologia.