De acordo com o Panorama de Ameaças da Kaspersky, houve estabilidade no índice de ataques de malware contra computadores na região, com uma queda de 3% na comparação de 12 meses entre junho de 2022 e julho de 2023 em relação a junho de 2021 a julho de 2022. No total, foram registrados 1,19 bilhão de bloqueios, o que corresponde a uma média de 37,9 tentativas de ataques por segundo em toda a América Latina. O Brasil é o país mais visado e registrou uma média de 1.515 bloqueios por minuto, o que representa uma queda de 12% em relação ao período de 2022/2021.
Os principais perigos para computadores são a pirataria e o adware, programas maliciosos que inundam a vítima com anúncios incômodos e não-solicitados. Embora em menor escala, o estudo também destaca scripts maliciosos, endereços falsos, arquivos/PDF maliciosos e trojans. Esses dados demonstram que os cibercriminosos continuam a usar as mesmas táticas de sempre: envio de mensagens fraudulentas para levar as vítimas a sites falsos, envio de e-mails com arquivos maliciosos anexados para contaminar o dispositivo e infecções durante a navegação (no caso de scripts).
O Cibercrime tem como alvo não só usuários comuns da internet, mas também organizações. O estudo revelou que as organizações governamentais (com 15,49% das tentativas de infecção) são os principais alvos desses criminosos. Logo após, o setor agro (11,82%), varejo/atacado (11,55%), indústria (8,57%), educação (6,92%), saúde (5,28%), TI/Telecom (4,55%) e o setor financeiro e de seguros (4,55%) também são visados com frequência.
“Em 2023, os principais destaques do Panorama de Ameaças da Kaspersky foram os grandes aumentos nos ataques de phishing e ameaças bancárias (trojans), que foram anunciadas anteriormente. Nesses casos, os criminosos contatam as vítimas proativamente para tentar infectá-las. Já os golpes online mais gerais que analisamos nessa parte do estudo mostram que acorre o inverso, são as vítimas que buscam alternativas para não pagar um serviço e podem acabar instando um malware em seu dispositivo. Infelizmente a cultura do grátis (pirataria) é forte no Brasil e acaba expondo os internautas ao perigo. Evitar esse problema não é apenas uma questão de falar para não clicar em links ou arquivos anexos suspeitos, é necessário uma reeducação digital e a adoção de hábitos seguros na rotinas das pessoas”, afirma Fabio Assolini, diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise para a América Latina da Kaspersky.