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A OutSystems conduziu uma pesquisa no Brasil para explorar as intenções de investimento em low-code. Entrevistamos Carlos Sapateiro, Líder Nacional da OutSystems Brasil, para compartilhar as principais descobertas do estudo. Confira!
IT SECTION: Quais foram os principais objetivos da pesquisa realizada pela OutSystems com 85 CIOs no Brasil?
Carlos Sapateiro: O objetivo principal foi investigar as intenções de investimento em low-code por parte das organizações no Brasil. O público-alvo da pesquisa foi composto exclusivamente por empresas privadas, com faturamento ≥ R$ 500.000.000,00 (igual ou superior a quinhentos milhões de reais). Participaram do estudo 85 organizações, distribuídas em nove segmentos principais: manufatura, finanças, serviços (TI, telecomunicações, outros), petróleo, gás e mineração, agronegócio, varejo, educação e cultura, saúde e utilities.
IT SECTION: Quantas empresas já utilizam a tecnologia low-code de acordo com a pesquisa e quantas demonstraram interesse em adotá-la?
Carlos Sapateiro: Das 85 organizações pesquisadas, 59 organizações (69%) já utilizam tecnologia low-code e 26 organizações (31%) manifestaram interesse em adotá-la.
IT SECTION: Qual o valor total mapeado para investimento em tecnologia low-code no Brasil em 2024 e como esse valor será distribuído?
Carlos Sapateiro: O investimento total de intenção em tecnologia low-code, apontado pelos 85 CIOs que representam as organizações entrevistadas para essa pesquisa, é de R$ 53 milhões. Essa intenção de investir reflete a crescente importância das soluções low-code no mercado brasileiro. Os respondentes indicaram que os fundos atribuídos serão distribuídos por 260 investimentos abrangendo nove projetos distintos. Esta distribuição estratégica visa fomentar a inovação e a eficiência em vários domínios tecnológicos, sublinhando a crescente adoção de plataformas low-code para agilizar processos e impulsionar a transformação digital.
IT SECTION: Quais são os três tipos de projetos que mais se destacaram pelos investimentos em tecnologia Low-code, segundo a pesquisa?
Carlos Sapateiro: Os três tipos de projetos mais destacados referem-se à automação de processos (24%), aplicativos móveis (15%) e utilização por áreas de negócio/Citizen Developers (em português, desenvolvedor cidadão) (13%).
Automação de Processos (24%)
A automação de processos ainda é uma grande oportunidade nas empresas. Apesar da onda de transformação digital, ainda existem muitos processos que rodam em Excel e e-mails. A demanda por automação continuará aumentando devido à busca constante por eficiência operacional e redução de custos. O low-code é uma ótima opção para esse tipo de demanda devido às suas entregas rápidas, capacidade de integração e construção de fluxo de trabalho.
Aplicativos móveis (15%)
O Brasil tem uma enorme adoção de dispositivos móveis (mais de 1 por habitante), e para muitas pessoas este é o principal meio de acesso à Internet. Portanto, é natural que as empresas precisem atender seus clientes onde eles estão – em seus dispositivos móveis. Daí a necessidade de priorizar o mobile: todas as ofertas, serviços e interações com a empresa precisam ser acessíveis via celular. Empresas que não oferecem uma boa experiência móvel acabam perdendo competitividade. Low-code é ideal para desenvolvimento de aplicações móveis, pois permite criar um app para as principais plataformas (Android e iOS) com uma única base de código.
Uso por áreas de negócios/ Citizen Developers (13%)
A utilização por áreas de negócios/Citizen Developers (desenvolvedores cidadãos) é uma tendência global e ainda está em fase de experimentação. Com a facilidade de desenvolvimento proporcionada pelo low-code, e mais recentemente integrado à IA, o desenvolvimento de software torna-se acessível a pessoas não-técnicas (sem formação especializada em programação).
IT SECTION: Quais os principais desafios para a adoção do low-code identificados na pesquisa?
Carlos Sapateiro: Os principais desafios são:
■ Atualização de sistemas legados: a complexidade para atualizar sistemas legados pode ser superada usando low-code em projetos de modernização de legados.
■ A necessidade e a oportunidade de criar MVPs (Mínimo Produto Viável – em inglês, Minimum Viable Product) e testar hipóteses rapidamente com tecnologias low-code/no-code: aproveitando a agilidade e os aceleradores do low-code para projetos de inovação com MVPs.
IT SECTION: Quais benefícios as empresas buscam ao adotar a tecnologia low-code, conforme apontado pela pesquisa?
Carlos Sapateiro: Os principais benefícios buscados pelas empresas incluem:
Agilidade no Desenvolvimento de Aplicações (18%)
As empresas buscam agilidade no desenvolvimento de aplicações por meio da tecnologia low-code, permitindo criação e implantação mais rápidas de aplicações. As ferramentas de desenvolvimento visual e os componentes pré-construídos agilizam o processo, permitindo que as empresas respondam rapidamente às mudanças do mercado e às demandas dos clientes, mantendo assim uma vantagem competitiva.
Aumento da produtividade (12%)
As plataformas de low-code aumentam a produtividade, simplificando tarefas complexas de codificação e automatizando processos repetitivos. Isso permite que os desenvolvedores criem e implantem aplicações com mais eficiência, liberando tempo para outras tarefas e projetos críticos e levando a um uso mais eficaz dos recursos.
Ciclo de vida de desenvolvimento acelerado (9%)
O ciclo de vida de desenvolvimento acelerado é um benefício importante, pois o low-code reduz o tempo desde o conceito até a implantação. Ao fornecer componentes reutilizáveis, interfaces de arrastar e soltar e modelos pré-configurados, as plataformas de baixo código permitem iterações mais rápidas e entrega mais rápida de aplicativos, melhorando os cronogramas e os resultados gerais do projeto.
IT SECTION: Quais fatores foram considerados prioritários na seleção de um fornecedor de tecnologia low-code pelos respondentes da pesquisa?
Carlos Sapateiro: Os fatores prioritários para selecionar um fornecedor de tecnologia low-code são:
■ Segurança (19%).
■ Escalabilidade (16%).
■ Facilidade de integração (18%).
■ Ausência de dependência de fornecedor (not vendor lock-in) (16%).
“Segurança”, “Escalabilidade”, “Facilidade de integração” e “Ausência de dependência de fornecedor (not vendor lock-in)” surgiram como fatores prioritários para a seleção de um fornecedor da tecnologia low-code na perspectiva das 85 organizações que responderam à pesquisa.