Uma nova investigação da Kaspersky revelou um esquema em que fraudadores utilizam aplicativos falsos para simular transferências via PIX, enganando lojistas e saindo dos estabelecimentos sem pagar. Os criminosos exploram a crescente adoção de pagamentos digitais na América Latina, como o PIX no Brasil, Yape no Peru e MercadoPago na Argentina. Esses apps falsos estão sendo vendidos em grupos no Telegram, e a fraude já está se expandindo para países como Bolívia, Chile e Colômbia.
Segundo a Kaspersky, “os criminosos estão sempre buscando novas formas de ganhar dinheiro sem trabalhar”. O analista de segurança Leandro Cuozzo explicou que os apps simulam o processo de pagamento, mas não realizam nenhuma transação real.
Expansão dos pagamentos digitais atrai criminosos
A pesquisa “O estado do uso e segurança dos pagamentos digitais na América Latina”, da Kaspersky, mostra que um terço dos latino-americanos começou a usar carteiras digitais durante a pandemia. A popularidade dos pagamentos digitais, no entanto, chamou a atenção dos cibercriminosos. “Da mesma forma que abelhas são atraídas por flores, os criminosos exploram os pagamentos digitais presenciais”, afirmou Cuozzo.
A fraude envolve tanto os criadores dos apps falsos quanto os fraudadores que os compram para enganar caixas de lojas. A engenharia social também é usada para manipular atendentes, especialmente em estabelecimentos com sistemas de pagamento offline ou desconectados.
Como funciona o golpe
Os apps falsos imitam o design dos aplicativos legítimos, mas não estão conectados a nenhum sistema de pagamento. Os fraudadores escolhem comércios movimentados, onde a pressão de uma fila cheia favorece o engano. Além de venderem os apps, os criminosos oferecem suporte e funcionalidades extras, como o envio de SMS falsos de confirmação de pagamento.
Em uma das versões analisadas pela Kaspersky, os fraudadores utilizavam um serviço premium que permitia enviar 50 mensagens falsas de confirmação de pagamento aos lojistas. “Em outra investigação, descobrimos que o sistema de pagamento atacado já havia chegado à Bolívia, com planos de expansão para a Colômbia e o Chile”, comentou Cuozzo.