Com o crescimento do uso de aplicativos em diversas áreas do cotidiano, desde transações bancárias até compras online, a segurança dessas plataformas tornou-se uma prioridade. Segundo um relatório da Checkmarx (2024), 91% das empresas admitem que lançam aplicações com vulnerabilidades, destacando a urgência de transformar os processos de desenvolvimento e segurança.
Wagner Elias, CEO da Conviso, alerta que a segurança precisa ser integrada a todas as fases do ciclo de desenvolvimento do software. “Isso inclui não apenas a qualidade do código, mas também a proteção da infraestrutura onde o código será executado, como servidores e ambientes de nuvem”, explica Elias. No entanto, ele reconhece que prazos apertados e a falta de processos eficientes ainda dificultam a implementação adequada da segurança.
A resposta do mercado tem sido rápida, com empresas, metodologias e soluções evoluindo para proteger sistemas contra falhas de segurança e garantir a integridade dos dados.
1. Ferramentas como Aliadas dos Desenvolvedores
A complexidade das aplicações e dos ecossistemas digitais faz com que os desenvolvedores dependam cada vez mais de ferramentas que automatizam processos, permitindo a triagem e correção de vulnerabilidades de forma ágil. Wagner Elias destaca que “ferramentas como as que desenvolvemos oferecem automação avançada, permitindo que os desenvolvedores se concentrem na criação de soluções seguras”.
Uma tendência crescente é a adoção do Application Security Posture Management (ASPM), que oferece monitoramento contínuo dos riscos de segurança ao longo do ciclo de vida do software. A previsão do Gartner é que até 2026, 60% das empresas investirão em ASPM para fortalecer a segurança de suas aplicações.
Thiago Zaninotti, board member da Conviso, aponta um desafio crucial: a falta de integração entre as ferramentas de segurança e o fluxo de trabalho dos desenvolvedores. “Ferramentas tradicionais podem gerar fricções, tornando o processo de segurança mais lento e complicado”, observa Zaninotti. Ele defende que as ferramentas de segurança devem ser fáceis de usar e integradas ao desenvolvimento diário.
2. Integração entre AppSec e CloudSec
A proteção do software vai além de sua criação; ela deve ser estendida à infraestrutura onde o código será executado, como as plataformas de nuvem. A integração das áreas de Application Security (AppSec) e Cloud Security (CloudSec) é crucial para proteger tanto o software quanto os dados armazenados na nuvem. De acordo com especialistas da Conviso, essa integração reduz riscos de ataques e falhas de segurança, especialmente em aplicativos modernos distribuídos em diferentes provedores de nuvem.
3. Inteligência Artificial na Segurança
O uso de Inteligência Artificial (IA) tem se expandido no campo da segurança de aplicações, com ferramentas como o GitHub Copilot auxiliando desenvolvedores ao sugerir códigos em tempo real. Porém, é necessário cautela. Wagner Elias alerta que “a IA é uma assistente poderosa, mas não pode ser vista como uma solução definitiva para todos os problemas de segurança”. A pesquisa da Universidade de Stanford indica que algumas ferramentas de IA sugerem bibliotecas de código inseguras, e muitos desenvolvedores aceitam essas sugestões sem revisão.
A IA tem grande potencial de gerar ganhos, principalmente no setor financeiro. A McKinsey & Company prevê que a IA possa gerar entre US$ 200 bilhões e US$ 340 bilhões em receitas até 2025, devido à automação e melhorias na produtividade.
4. Autonomia dos Desenvolvedores na Segurança
Tradicionalmente, a escolha das ferramentas de segurança ficava a cargo de executivos e gerentes. No entanto, hoje os desenvolvedores assumem um papel central nesse processo. Wagner Elias ressalta que “os desenvolvedores, por estarem mais próximos do código, são os protagonistas na escolha de ferramentas de segurança”. Isso resulta em um desenvolvimento mais ágil e seguro, desde a fase inicial do projeto.
5. Segurança de Aplicações como Prioridade para 2025
Com o mercado de segurança de aplicações em expansão, espera-se que o setor cresça de US$ 11,62 bilhões em 2024 para US$ 25,92 bilhões até 2029, de acordo com a Mordor Intelligence. Wagner Elias conclui: “Investir em segurança de aplicações não é apenas sobre usar ferramentas, mas criar uma visão integrada, onde a segurança faz parte do processo desde o início, garantindo que o software seja tão seguro quanto funcional”.
As tendências para 2025 indicam que a segurança de aplicações será uma prioridade para empresas de todos os tamanhos, com um foco crescente na integração entre as equipes de desenvolvimento e segurança.