Os vazamentos de dados lideram as preocupações de segurança no Brasil, segundo o relatório Kaspersky IT Security Economics. De acordo com o estudo, 27,5% das empresas brasileiras apontam os ciberataques como a principal fonte de riscos. A pesquisa destaca que, sem proteção adequada, organizações podem enfrentar perdas financeiras severas e danos irreversíveis à reputação.
O custo dos ataques de ransomware
Casos como o ataque à Johnson Controls ilustram a gravidade do problema. A empresa, atuante no setor de tecnologia diversificada, foi alvo do grupo de hackers Dark Angels, que alegou roubar 27 terabytes de dados confidenciais e exigiu um resgate de US$ 51 milhões. O incidente resultou em custos superiores a US$ 27 milhões, além de interrupções significativas nos sistemas de faturamento e despesas adicionais para recuperação.
Ataques de ransomware vão além da exigência de resgate. Os prejuízos incluem a perda de produtividade, queda na receita e gastos elevados com restauração de sistemas. A longo prazo, empresas ainda enfrentam custos relacionados ao reforço de cibersegurança e a gestão de processos judiciais, tornando a recuperação complexa e onerosa.
Impacto na reputação e parcerias comerciais
Além das perdas financeiras, ciberataques comprometem a confiança dos consumidores. Vazamentos de dados podem levar à perda de clientes e prejudicar parcerias estratégicas. Para setores que dependem de relacionamentos sólidos, uma violação de segurança pode ter efeitos duradouros, afetando a continuidade das operações e a competitividade.
Multas e sanções legais sob a LGPD
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) adiciona outra camada de risco às empresas brasileiras. Violações de dados podem resultar em multas elevadas, além de processos judiciais demorados que ampliam o desgaste financeiro e reputacional. Organizações que falham em proteger informações confidenciais de clientes ou colaboradores enfrentam ainda o risco de sanções regulatórias.
Ameaças à propriedade intelectual
Outro aspecto crítico é o impacto sobre a propriedade intelectual (PI). Cibercriminosos podem roubar patentes, estratégias de marketing e designs exclusivos, colocando empresas em desvantagem competitiva. Setores como tecnologia e farmacêutica são especialmente vulneráveis, já que o roubo de PI pode anular anos de investimento em inovação.
Soluções para enfrentar os riscos cibernéticos
Roberto Rebouças, gerente geral da Kaspersky no Brasil, enfatiza a importância de estratégias robustas para mitigar os riscos. “As empresas precisam estar cada vez mais alertas e ser cada vez mais ágeis. Devem garantir que tenham as soluções e os processos certos para possibilitar a descoberta e a contenção efetiva das ameaças, além de uma rápida recuperação. Avaliações proativas e soluções de proteção em vários níveis, além de segurança gerenciada e inteligência de ameaças acionável são táticas de proteção importantes para as organizações. Somente uma abordagem consistente e abrangente é capaz de garantir a resiliência de fato aos riscos cibernéticos de hoje”, explica.
Com o aumento da sofisticação dos ciberataques, as organizações precisam investir continuamente em proteção e estratégias de recuperação para evitar que um incidente comprometa sua sustentabilidade no mercado.