Com a proximidade da Black Friday, prevista para o dia 29 de novembro, aumentam as preocupações com os golpes digitais. O país já registra um número alarmante de sites fraudulentos que se aproveitam da expectativa do consumidor para enganar e prejudicar aqueles que buscam ofertas vantajosas. Um estudo recente da Branddi, especializada em soluções de proteção de marcas, revelou que, apenas nas semanas que antecedem o evento, mais de mil sites fraudulentos estavam ativos, três vezes mais que o número registrado no mesmo período do ano passado.
O impacto dos golpes nas vendas e no atendimento ao consumidor
O levantamento da Branddi aponta que, dos sites fraudulentos identificados, muitos se passam por grandes marcas como McDonald’s, Nike, Amazon e Mercado Livre. Além disso, os golpistas têm utilizado estratégias cada vez mais sofisticadas, como anúncios e páginas falsas, para enganar os consumidores. O número total de fraudes, considerando todos os tipos de sites e anúncios falsos, já ultrapassa 3.790 ações golpistas em outubro de 2024, sendo que os segmentos mais afetados incluem moda e vestuário (30,2%), e-commerce e marketplaces (25,1%) e suplementos (14,3%).
Gustavo Mariotto, CSO da Branddi, explica que o fenômeno, denominado “Brand Impersonation”, é uma prática crescente entre os criminosos. “Além de prejudicar a experiência do consumidor, os impactos afetam as empresas em diversas direções — desde a reputação até os prejuízos financeiros e a sobrecarga no atendimento. Não à toa, é comum que, nessas situações, o volume de solicitações ao SAC da companhia aumente em até 3000%”, destaca Mariotto.
Como funcionam os golpes durante a Black Friday
Os golpistas têm se mostrado criativos ao tentar enganar os consumidores. Entre os métodos mais comuns, estão os perfis falsos nas redes sociais, anúncios pagos que competem com as propagandas legítimas e a criação de domínios falsos. Estes sites imitam as páginas das grandes marcas, registrando URLs semelhantes às delas, frequentemente com palavras como “promo” e “blackfriday”. Além disso, utilizam técnicas como “deepfakes”, vídeos criados com a imagem e voz de influenciadores ou embaixadores de marcas para dar maior credibilidade às ofertas fraudulentas.
Mariotto ressalta a importância de as empresas adotarem ações preventivas para minimizar os riscos. “Embora o consumidor deva se atentar aos golpes, é de suma importância que as marcas ajam preventivamente para minimizar riscos — sobretudo quando plataformas como o Google e Meta ainda enfrentam dificuldades para identificar fraudes e manter um ambiente seguro”, afirma.
Medidas preventivas e monitoramento contínuo
O estudo da Branddi também enfatiza a necessidade de monitoramento contínuo para a remoção rápida de conteúdos fraudulentos. “Por meio do monitoramento contínuo de novos domínios, anúncios e perfis online, é possível garantir que a Black Friday (e não só ela) seja um período livre de dores de cabeça para todos”, conclui Mariotto.
Com a crescente sofisticação dos golpes, tanto os consumidores quanto as empresas precisam se preparar para identificar e combater fraudes, garantindo um ambiente de compras mais seguro durante a Black Friday e além.
Metodologia
O estudo da Branddi foi realizado ao longo de outubro de 2024, com o monitoramento de centenas de ações suspeitas que mencionavam “black friday” ou suas variações em URLs ou conteúdos. A pesquisa focou na identificação de sites fraudulentos que utilizavam a identidade de marcas reconhecidas no Brasil, como McDonald’s, Nike e Amazon.