Em um cenário em que a era digital cresce de forma acelerada, a adoção de soluções em nuvem se torna um elemento essencial para a transformação de negócios. O estudo do Gartner aponta que 85% das empresas globais estarão operando na nuvem até 2025. Esse movimento é impulsionado pela busca de escalabilidade, flexibilidade e eficiência operacional.
No entanto, a transição para esses ambientes traz à tona a necessidade de repensar a governança de dados. Embora muitos já reconheçam a importância da segurança e conformidade, poucos exploram abordagens inovadoras para enfrentar esses desafios.
O cenário atual
Com a migração para a nuvem, a complexidade da arquitetura de dados tem crescido. Empresas agora utilizam uma variedade de plataformas e serviços que, apesar de trazerem eficiência, podem aumentar o desafio na gestão de dados.
A ampliação da “superfície de ataque” torna as organizações mais vulneráveis a ameaças cibernéticas. Casos recentes de violação de dados destacam a relevância de se ter estratégias robustas de defesa.
Segundo o estudo anual do Picus Blue Report 2024, 40% dos mais de 136 milhões de ambientes analisados apresentaram vulnerabilidades graves, permitindo acesso ao administrador de domínio e controle total da rede por cibercriminosos.
Por isso, a segurança da nuvem é frequentemente questionada, mas a verdade é que a nuvem é segura, desde que acompanhada por soluções robustas de segurança e uma abordagem estratégica de governança de dados.
Estruturando uma governança de dados
A governança de dados deve ser vista como uma oportunidade estratégica. Para minimizar riscos, é indicado que as empresas definam políticas claras de acesso e uso de dados. O mapeamento e a classificação de dados sensíveis são fundamentais para diminuir os riscos.
No campo das soluções tecnológicas, o uso de softwares especializados em governança de dados tem se mostrado eficaz. Ferramentas de data catalog e automação com inteligência artificial ajudam na identificação e gerenciamento de dados, além de otimizar processos de vigilância e proteção.
A aplicação de soluções que garantem a integridade dos dados atuando em todas as camadas de segurança desde monitoramento e análise, confiabilidade através de testes e recuperação para continuidade de negócios mesmo no pior cenário: desastres naturais, erros humanos e ataques cibernéticos.
Neste sentido, a inteligência artificial desempenha um papel crucial, visto que soluções baseadas em IA podem identificar padrões de comportamento suspeitos e anomalias, permitindo respostas rápidas a potenciais ameaças. Além disso, a IA pode automatizar processos de governança, reduzindo a carga de trabalho manual e aumentando a precisão na gestão de dados.
Os desafios continuam
Apesar das soluções tecnológicas avançadas, o fator humano continua sendo o mais vulnerável. Segundo estudo da Techopedia, 9O% das violações de dados começam com um email de phishing. Isso mostra a necessidade de investir na conscientização de colaboradores e implantação de políticas de segurança da informação.
Entre todas essas abordagens é preciso também que ao selecionar provedores de nuvem busque os que oferecem mecanismos robustos de segurança e suporte para conformidade regulatória. As empresas devem avaliar regularmente os serviços e políticas de segurança dos provedores para assegurar que eles atendam aos requisitos da empresa.
Por fim, à medida que o uso de soluções em nuvem se torna cada vez mais prevalente, a governança de dados e a privacidade não podem ser negligenciadas. Organizações devem agir proativamente para avaliar e fortalecer suas políticas e processos. O compromisso com a segurança e a conformidade não é apenas uma necessidade legal, mas uma estratégia essencial para o futuro dos negócios.
*Por Tiago Oliveira é diretor de operações da Binario Cloud.
